Até recentemente era difundido que o cérebro humano possuía 100 bilhões de neurônios, mas a fonte destas informações era desconhecida, espalhada por muitos anos nos livros e artigos sem citar a origem do dado. Foi então que a Doutora em Neurociências, e bióloga, Suzana Herculano-Houzel desenvolveu uma técnica pouco convencional para fazer essa contagem, por meio da sopa de cérebro.
Isso mesmo!
O primeiro teste foi com cérebros de ratos. O total de células do encéfalo foi 300 milhões, dos quais 200 milhões eram neurônios. Diferentemente do esperado, só 15% deles estavam no cérebro, a parte mais volumosa (70%) se encontrava em um órgão menor na região posterior do crânio: o cerebelo.
O método sopa de cérebro envolvia dissolver cérebros humanos para contar neurônios. Mas a Dra. Suzana usou apenas 4 cérebros de homens com idade de 50, 51, 57 e 71 anos. Todos os voluntários tiveram morte não-cerebral e tiveram seus cérebros doados para pesquisa. Foi então que ela e sua equipe observaram que o cérebro humano tem em média 86 bilhões de neurônios. No caso humano, tem 1.200 gramas e ocupa mais da metade do crânio, mas abriga apenas 16 bilhões de neurônios. Já o cerebelo, com seus 150 gramas, tem 69 bilhões.
Não são apenas detalhes. Verificar com mais exatidão quantas são e onde estão as células cerebrais é importante para compreender como o cérebro funciona e tentar conhecer as estratégias adotadas pela natureza para construir um órgão tão complexo que, no caso humano, permitiu surgir a mente autoconsciente. Também pode ajudar a identificar características que distinguem um cérebro normal de outro doente.
FONTE: The Guardian; FAPESP
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